A
História das Gruas
É
dito que o primeiro plano em grua surgiu no filme Intolerância (D. W.
Griffith, 1916). Não se tem registros de fotos do equipamento que teria sido
usado. Ainda que o filme seja uma produção de Griffith, o responsável pelo
plano é Allan Dwan, um ex-inventor e ex-engenheiro que passou a trabalhar com o
diretor.
Em
entrevista para Kevin Brownlow, em 1964, Dwan afirma que Griffith pediu para
falar com ele a respeito de um plano. Ele queria subir até o topo do set e
descer ao nível do chão novamente. O
plano também deveria se aproximar e se afastar.
De
acordo com Dwan, eles iriam “construir um aparelho sobre trilhos com um
elevador . O aparelho era bastante simples, feitos de tubos, de modo que
pudesse ser facilmente montado e desmontado.“ O plano teria deixado o público
em êxtase.
Já
em 1929, o diretor Paul Fejos, com seu operador de câmera Hal Mohr, fizeram um
filme de gângsters chamado Broadway, para o qual foi construída uma grua
de 50 pés e quase 28 toneladas. A partir
dos musicais dos anos 1930, o uso das gruas foi se intensificando, ainda que o
equipamento tivesse que ser projetado específicamente para cada filme.
Após
a II Guerra Mundial, Ralph Chapman, um técnico em efeitos especiais com
inclinação para a engenharia, produziu as primeiras gruas de estúdio em escala.
A linha de gruas de Chapman inciou com pequenas, médias e grandes gruas,
desenvolvidas entre os anos de 1946 e 1947. No início dos anos 1950, Chapman
construiu uma grua que podia se mover independentemente, sem a necessidade dos
trilhos.
Em
1961, Chapman apresenta a grua Chapman Titan, que foi uma verdadeira revolução
no mercado. O sistema de compensação de peso permitiam agora, além da câmera e
do operador, a presença do diretor, um assistente e um operador.
Na
França, em 1970, Jean-Marie Laalou e Alain Masseron criaram um novo conceito de
grua: uma grua com controle remoto. Samuelson descreve a invenção como “uma
câmera Camflex sobre um giroscópio ao fim de um longo poste, o qual, por sua
vez, estava num tripé montado sobre um estreito dolly Elemack.“ Nos anos
subsequentes, o projeto foi refinado e melhorado. A grua Louma nascia. A partir
da Louma, vieram vários tipos de grua, especialmente com a ascenção do vídeo.
A
Força Aérea do Cinema
A
fotografia comercial surgiu no final do século XIX, e, quase que
instantaneamente, os fotógrafos começaram a imaginar maneiras de tirar fotos de
grandes alturas. Os primeiros a se arriscar lançaram suas câmeras aos céus em
balões, pipas, foguetes e até mesmo pombas. Gaspar Felix Tournachon teria sido
a primeira pessoa a conseguir uma imagem aérea de qualidade, em 1858, a partir
de um balão de ar quente a cerca de 262 pés sobre Petit-Bicêtre (atual
Petit-Clamart), nos arredores de Paris. Infelizmente, as fotos originais se
perderam. A fotografia aérea mais antiga ainda preservada foi tirada em 1860
por James Wallace Black, também em um balão, a mais de 2.000 pés de altitude. Novos métodos surgiram, até que, em
1908, L. P. Bonvillain fez a primeira fototgrafia aérea a bordo de um avião,
apenas poucos anos após sua invenção. A imagem se deu em Le Mans, França.
A
I Guerra Mundial teve início em 1914, e logo os comandantes militares
enxergaram potencial no uso de câmeras em aviões para reconhecimento de campos
de batalha e planejamento de ataques. Avanços, tanto na aviação como na
fotografia, permitiram que a tripulação pudesse ir cada vez mais longe e voltar
com imagens de melhor qualidade.
Mas
foi a partir da II Guerra Mundial que as fotografias e vídeos aéreos se
tornaram comuns nas revistas e cinejornais que passavam nos cinemas com
notícias do front. A fotógrafa da revista Life, Margaret Bourke-White,
se tornou a primeira mulher a voar com uma equipe de combate em território
inimigo, cobrindo o ataque norte-americano sobre Túnis. Nesse mesmo ataque, os
Estados Unidos inciaram testes com uma espécie rudimentar de drone, uma
nave não-tripulada que poderia se infiltrar e realizar ataques nas bases
inimigas.
Os
primeiros drones modernos começaram a aparecer nos anos 1980, criados
por engenheiros israelitas. Esses modelos eram equipados com câmeras de vídeo e
usados para monitorar pessoas por horas. Os EUA logo adotaram tecnologia
similar.
A
partir dos anos 2000, temos a popularização do drone. Um movimento que
começou em fóruns online de faça-você-mesmo, como o DIY Drones, ajudou
muitos aficionados compartilhando dicas e truques. Novas tecnologias de hardware
e software, como estabilizadores, piloto-automático e sistemas de
detecção de colisão, levaram empresas como a Parrot e a DJI a investir em drones
com câmeras de alta-resolução, tornando as tomadas aéreas mais acessíveis
do que jamais foram até então.
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